inveja
Mariana Kawazoe

Mariana Kawazoe

Psicóloga, Psicoterapeuta e Orientadora Profissional

QUEM NUNCA SENTIU INVEJA QUE ATIRE A PRIMEIRA PEDRA!

No dicionário on-line encontramos as seguintes definições de inveja:

“1. desgosto provocado pela felicidade ou prosperidade alheia.

2. desejo irrefreável de possuir ou gozar o que é de outrem.”

Na Wikipédia: “Inveja ou invídia, é um sentimento de angústia, ou mesmo raiva, perante o que o outro tem. Este sentimento pode gerar o desejo de ter exatamente o que o outro tem, sendo isso uma possível consequência da inveja e não a inveja em si, podendo essa ter outras demais consequências ou não.”

Uma vez, o meu terapeuta de grupo comentou que “Inveja é quando você quer o que o outro tem, mas não quer que ele tenha.”

Em uma aula no curso de Neurociências, o professor e psicólogo Paulo Sérgio Boggio, falou sobre a questão dos grupos, da identidade social, entre outras coisas, e definiu a inveja como um sentimento de querer o que o outro tem e que esta tem um papel importante, pois serve como um tipo de comparação social.

Como todos os sentimentos, sentir inveja é algo humano e natural. O que muda é a forma como lidamos com esses sentimentos.

Em tempos de redes sociais, podemos deduzir o tanto de inveja que a vida de algumas pessoas pode gerar nas outras, já que muitas pessoas que acompanham as redes fazem diversas comparações, reduzindo a vida daqueles aos posts e não como um todo. É claro que, em geral, as pessoas não postam as coisas negativas, preferem enfatizar as positivas e, muitas vezes, falsas.

O grande problema dessa comparação é exatamente na forma de lidar. Você pode sentir inveja, usar aquilo como um parâmetro e se esforçar para conquistar o objeto de desejo. Pode só desejar e não fazer nada com aquilo. Ou, em alguns casos, a pessoa pode paralisar, não buscar o que se deseja e querer “destruir” o que o outro tem. Em casos mais extremos, a pessoa (que já tem uma predisposição ou já apresenta esses quadros) pode agravar quadros depressivos, autodestrutivos, destrutivos e por aí vai.

Isso me lembra o episódio 1 da temporada 3 da série futurista britânica “Black Mirror”, na qual a protagonista (e todos os outros personagens) vive em função das “curtidas” alheias, delineando tudo o que ela decide fazer no dia-a-dia. (Lógico que se eu pegar esse episódio para fazer uma análise, vou longe aqui, já que as redes sociais apenas enfatizam as nossas características. Nesse caso, seria uma necessidade de aprovação do outro. Escreverei isso num próximo artigo.)

Uma coisa é certa, vivemos em grupo, sempre vamos depender de outros de uma maneira ou de outra e seremos influenciados pelo ambiente, seja ele saudável ou nocivo. A gente só precisa fazer as escolhas que nos fazem bem, sempre respeitando o outro, e termos consciência disso.

Se as redes sociais fazem mal pra você, se a vida digital prejudica sua vida “real”, talvez seja hora de você buscar outras coisas pra fazer fora do âmbito digital. Se você acha que o seu caso é patológico, como por exemplo uma dependência digital, procure ajuda de um(a) profissional psicólogo(a) ou psiquiatra.

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