É muito comum escutarmos das pessoas que o bullying sempre existiu e era considerado “normal” entre crianças e jovens na escola.
Bullying são atos repetidos de agressões verbais, físicas e/ou psicológicas. Geralmente, acontece sempre com a mesma pessoa, que é considerada “diferente” das demais. Essa pessoa é excluída do grupo por meio da violência.
A pessoa que comete o bullying age desta maneira por uma questão de poder, para afirmar o seu lugar no grupo e sente prazer nisso. Ela pode agir sozinha, mas geralmente age em grupo, pois, juntos, as pessoas ganham força, seja para o “bem” ou para o “mal”.
Foi sancionada a Lei 13.185 de 6 de novembro de 2015, que institui o Programa de Combate à Intimidação Sistemática (Bullying), porém, penso que nem precisava de uma lei para garantir a segurança e o direito a ser quem você é, mas já que as pessoas são intolerantes (para não dizer outra coisa), é preciso instituir o ato como crime. Isso mesmo “crime”!
A pessoa que sofre o bullying pode ter uma série de mudanças de comportamento, como isolamento social, depressão, queda no desempenho escolar, prática de cutting (automutilação) e, em casos mais graves, o suicídio. A série 13 reasons why aborda bem esse tipo de situação, entre outras situações que são desapercebidas pelos pais, pelos amigos e pela escola da pessoa que sofre o bullying. No caso, a situação começa com o cyberbullying, que é o uso da tecnologia para cometer a violência.
É importante ressaltar que, muitas vezes, a pessoa que comete o ato pode estar sofrendo ou presenciar violência dentro da sua casa. Também é muito comum vermos os familiares incentivando a violência porque eles consideram que quem sofre a violência é “trouxa”, “bobo” ou algo assim taxativo. O agressor pode tanto estar reproduzindo algo que ele presencia, como pode estar agindo defensivamente, ou seja, ele faz isso para não sofrer a agressão. Isso não quer dizer que a pessoa está “perdoada” pelo que faz.
Medidas precisam ser tomadas tanto com o agressor como com o agredido, pois esta última precisa aprender a pedir ajuda, mesmo em situações nas quais ele se sente ameaçado pelo(s) agressor(es).
É preciso ter uma ação coletiva entre escola, indivíduo, família e sociedade para que possamos combater esse tipo de crime. Muitas vezes a escola e a família fazem “vista grossa” para o problema, alimentando o ciclo de violência no ambiente escolar, mas que pode ir para o ambiente social.
Lembrando que existem outras versões de bullying, que são: assédio moral (em ambientes corporativos), relação abusiva (nas relações afetivo-sexuais) e outras versões sociais mais elaboradas, que seria dirigido a grupos específicos, como raciais, étnico, religiosos, orientação sexual, gênero etc.
Como eu sempre marco nos meus posicionamentos, as ações não precisam vir só no âmbito macro, começamos a mudança sempre por nós. Se fizermos a nossa parte e ensinarmos os nossos próximos, já é um bom começo!